4 de jun. de 2007

Expectativas com Estudos de Mídia

Por André Santos

Meu interesse pelo curso surgiu de uma combinação que, com certeza, é compartilhada pela maioria dos meus colegas: interesse pela área de comunicação, baixa concorrência no vestibular e uma imensa vontade de apostar numa proposta inovadora. As coisas nunca acontecem como idealizamos, seja de forma negativa, positiva ou até mesmo um meio-termo (como nesse caso).
Primeiramente, a liberdade de escolha em relação à grade de matérias é atraente porém preocupante. A idéia consiste em direcionar o curso para alguma das áreas temáticas de optativas; contudo, na prática, isso se torna inviável (pelo menos por enquanto). O fato de ser um curso novo implica diversas dificuldades e, a meu ver, a principal delas está na falta de objetividade. Ou seja, tenho um leque enorme de possibilidades, entretanto não enxergo forma viável de concretizar a minha grade especificamente em alguma área de atuação. Além disso, o fato do curso ser essencialmente teórico gera um questionamento muito forte: será que estarei realmente apto para analisar a mídia como um todo, quase sem vivenciá-la na prática durante a faculdade? Não considero que as eletivas sejam o suficiente.
Em contrapartida, vejo nitidamente a seriedade do departamento. A maioria dos professores demonstra enorme potencial em amadurecer a proposta do curso, e a relação entre aluno e departamento é muito próxima. Porém, tenho a sensação de que todos os professores (por mais que tentem não transparecer) possuem o mesmo questionamento básico que eu: não tem idéia de como será realmente a atuação do profissional formado em Estudos de Mídia. Claro que ainda é cedo para certezas, por sermos percursores. Muito do futuro profissional da pessoa formada em Mídia depende dos caminhos que serão abertos pelos primeiros alunos e da conscientização da necessidade por parte do mercado.
Vejo, de forma preocupante, também a enorme distância que existe entre os cursos de Comunicação Social e EM. Acho que o principal motivo está no fato da criação do curso ter tido origem após anos de brigas de departamento e divergências ideológicas. Não me cabe julgar quem estava certo ou errado, no entanto considero que existe potencial para uma troca fantástica. Um curso complementa o outro pelos diferentes focos e abordagens, mas a interação deixa a desejar.
Em suma, enxergo o curso como uma aposta interessante, porém cercada de incógnitas. A proposta é ousada e inovadora, além de estratégica, no entanto o curso se apresenta muito vago. Dessa subjetividade nasce uma enorme angústia. Também nasce a esperança de me deparar com um caminho mais definido, mais maduro com o passar do tempo. E aí então, finalmente, entender o que fará realmente o profissional formado em Estudos de Mídia.

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